quarta-feira, janeiro 02, 2008

Adeus ano velho, (in)feliz celular novo

Eu ia fazer um post de balanço anual e se passaram 10 dias. Ia fazer um post de abertura de ano alto-astral e estou sem saco. Parto para narrativas cretinas e pensamentos pouco úteis que povoam minha mente quando o verão torna Salvador uma cidade aberta à orgia e à vadiagem, mas estou trabalhando e depauperada pós-natal.

Contextualizando

Aos 45 do segundo tempo do dia 31, roubaram meu celular. Meu fiel companheiro há uns 4 anos, que me acordava de manhã, me lembrava das coisas e irritava os outros com seu toque de cavalaria (isso mesmo, quando vocês me ligavam, acionavam o Guilherme Tell). Um bravo sobrevivente Nokia que precisava apenas de uma recarga de bateria por semana. Lindo, de tão econômico! Um aparelho-símbolo dos muquiranas e da pãoduragem em geral.

Neste roubo, várias ironias. A primeira delas é que o celular - um mequetrefe de pai e mãe - não era o alvo da façanha criminal. O alvo eram meus supostos dólares, que supostamente eu teria ido gastar na praia. Sim, porque no final de tarde de 2007, lá fui eu tomar um banho de mar pra recarregar as energias para 2008. E eu, em plena Amaralina, vizinha do Vale das Pedrinhas e do Nordeste, com este bronzeado de vela de beata que orgulhosamente ostento, jamais poderia ser nativa do verão da Baêa.

Fico imaginando qual não foi a raiva dos dois vagabundos que afanaram minha bolsa e deram uma carreira pela areia fofa da praia, subiram uma ladeira, para então descobrir que tinham suado isso tudo para levar um punhado de nicas, um pente, um vestido velho e um celular que não custa nem 100 reais. Ah, sim! E minhas chaves de casa.

Daí derivam pequenas dores de cabeça e alguns prejuízos que contornam o roubo, mas de maneira nenhuma vão para o bolso dos trombadinhas: avisar a todo mundo da perda e pedir os números de todo mundo de volta, troca de segredo da porta, taxa de recuperação do número do celular e, claro, um novo aparelho. Acho que vou ficar mesmo com a versão atualizada do meu velho Nokia, que é barato, mata a cobra e mostra o pau.

Eu, que suo meu rabo pra ter cada coisinha, só fico pensando no ódio que eu teria se me levassem um celular do balacobaco que eu ainda fosse passar meses pagando as prestações. Não quero canalizar esta energia trágica em ninguém, mesmo no zé mané filadaputa que por ventura me roubasse.

Agora a missão é passear no Salvador Shopping - o vencedor da categoria - calçando o sapatinho do orçamento nos celulares. Passei lá hoje pra resolver outras coisas e acabei nem vendo isso, porque shopping é um troço que me dispersa muito. Por exemplo: experimentei chapéus, descobrindo que não sei como enfiá-los direito na cabeça. Também tentei uma mini-saia dessas feitas só em tamanho pequeno pra intimidar não-anoréxicas.

Comidinhas

E por falar nisso, como as nossas medidas sempre são prejudicadas depois das festas de final de ano, tomei a decisão de só comer coisas caloricamente saborosas na companhia de amigos. Sem amigos à mesa, serei frugal. Pura falácia - comprei um sanduíche no Rei do Mate, que sempre emana aromas irresistíveis ao guloso pecador. É bem verdade q a proposta do sanduíche era light: um toast de peito de peru com queijo branco, tomate e orégano. Nham! E pela primeira vez na minha vida tive a surpresa do sanduíche real ser maior e mais bonito que o da foto no cartaz. Hoje o Rei do Mate subiu uns 5 pontos em meu conceito, apesar de ter esperado tempo pra caralho em pé, dentro de uma fornalha onde o ar-condicionado do shopping não alcançava. Apesar de ter recebido o sanduíche errado - o cara meteu queijo prato em vez do peru, dei três bocadas e devolvi, também tava gostoso. E apesar de ver os funcionários discutindo sobre isso, insinuando que o cara da cozinha é um miolo-mole. E apesar de saber que será para sempre um estabelecimento responsável pela calça nº40 não entrar.

Nota mental: este mês, se eu apenas for de casa pro trabalho e fizer o caminho contrário, gastarei R$ 180,00 de passagem.

Alguém aí repita, por favor:
FELIZ ANO NOVO!