sábado, dezembro 01, 2007

Dias estranhos, sonhos esquisitos

Sonhei que tinha uma perna mais curta do que a outra. Beeeeeeeeem mais curta, tipo uns 5 dedos. E era um defeito adquirido por ter feito exercícios físicos de forma inadequada. E eu queria esconder isso de todo mundo. No momento do sonho, em específico, tentava esconder da minha própria mãe. Freud, com certeza, explica. Então eu saía caminhando canhestramente, num passo de 'aqui-tá-raso, aqui-tá-fundo', mais ridículo que assustador, que me provocou uma sensação bem desconfortável. Houve outras onirias desafiadoras na mesma noite de sono inquieto - antecedia um dia no mínimo curioso, logo depois de ter passado por uma breve experiência profissional bizarra na Soterópolis de contratos de boca e compromissos mal guardados.

Essa madrugada, cinema na minha cabeça. Estávamos eu e Fabi (que fez aniversário ontem) na calçada logo após uma curva no que depois dizíamos ser a Av. Paulista - provavelmente pq ela é de São Paulo, porque a rua apertadinha do meu sonho nada tem a ver com a avenida exuberante da terra de engolir baiano. Parecíamos estar assistindo ao trânsito passar. Caminhões de construção brancos e modernosos, uns dois ou três, passaram pelo trecho onde estávamos com dificuldade, como se não fossem completar a curva, derrapando. A gente sentia o perigo, mas não saía do lugar. Até que um enorme caminhão-tanque, igualmente branco, só que da Petrobras, cujo tanque de combustível tinha formato de uma betoneira, passou reto entrando numa rua e resvalando em cabos de alta tensão que fizeram o tanque se desprender e sair rodando pelo ar. Eu tive a certeza de que aquela porra ia cair, explodir escandalosamente e que nós duas íamos morrer. Então ele bateu no chão, quicou e - para minha decepção - somente pegou fogo no átrio de um prédio garagem. "Devia ter pouco combustível", comentamos e saímos sem nenhuma emoção. Acordei depois de pouco mais de 6h de sono.

O Dia

"Mas como você é amadora, Ju"
Rafabela Rossi

Dois ontens para um só hoje. Tem coisas que só parecem acontecer comigo mesmo... Aí é lançar um olhar de dichote e graça, porque senão é de enlouquecer.

Vendo a Espera em cena, lembro de como pensei em algum momento tê-la encerrado, no momento em que encontrei aquele personagem. E de como tudo se dissolveu, na verdade, para meu próprio bem. Estava sob o doce feitiço da sonoridade africana emanada por um músico de rua. Hoje continuo esperando, sem passividade, procurando farra, uma hora aqui, a outra ali, no vai-e-vem dos meus próprios quadris. Daí derivam os acontecimentos mais inusitados de reviravolta das micro-histórias humanas. All of a suden, voilá: uma puta divertida. Mais que de repente, alvos sensuais se tornam um pequeno problema e provocam uma manobra estratégica de quem sai da boate para evitar um vexame, ou que contorna um escorregão em cena com tamanha naturalidade, que leva os outros a acreditarem que aquilo jamais aconteceu.

Depois de embalar presentes com uma arte que provocaria grande vergonha à União dos Empacotadores Natalinos - com minhas maneiras, eu poderia causar embaraço em um sem-número de grupos humanos, como os jornalistas, as lésbicas, os corredores de marcha olímpica e as mulheres de salto-alto - o plano agora é lavar os cabelos, porque hoje tem Baile.