Recebi a visita de uma borboleta
Que estranho e que bonito é receber uma visita inesperada, logo assim de manhã. Quem me alertou para a borboleta no chão da minha sala foi uma colega de trabalho. Olhe, você já viu? Que ela traga muita sorte para você. Estava próxima à minha cadeira, às minhas costas. Não faço idéia de como ela entrou - minha sala não é exatamente o que se poderia chamar de ventilada, aberta ou arejada. Sei que estava entre parada e caída ao meu lado, emaranhada em uns fiapos de pó e poeira, batendo as asas para pedir ajuda. Perdoe-me, pequena, não escutei.
Era uma dessas que gosto muito. Simples e típica das nossas matas baianas. Pequenina, com asas acinzentadas e pontinhos imitando olhos de coruja, em miniatura. Este é o único inseto que me faz sorrir quando borboleteia por perto, em seu caminho delicado e flutuante.
Tomei-a pelas asas, entre o polegar e o indicador, com toda leveza que me era possível. Tentei livrar as patinhas da sujeira, que mesmo sendo tão pouca, tornava a bichinha prisioneira. Um grilhão feito de teia de aranha e fuligem dos carros. Soprei, para ver se ajudava, então fui carregando para um jardim de inverno que temos por aqui. Abri a janela e depositei a minha visitante sobre uma folha ensolarada. Ela voou, mas tentou retornar de encontro ao vidro.
Não entendi, mas isso deve ter algum significado. O tempo todo tenho a sensação de que os deuses tentam se comunicar comigo, mas sou meio tonta. Dessa vez, pelo menos imagino que são bons algúrios.
1 Comments:
deuses em pleno século XXI? você nunca irá entender nada.
Postar um comentário
<< Home