sexta-feira, agosto 04, 2006

Amor sem fronteiras - filme



O título sugere uma bobagem romântica, mas os atores Angelina Jolie e Clive Owen dão coragem para investir um tempinho e assistir. A sinopse também não é exatamente das mais animadoras: socialite conhece médico que atua em causas humanitárias e se apaixona por ele - e pelas causas humanitárias.

Angelina e Clive realmente valem a pena. Bonitos e - mais do que isso - charmosos, estão bem em seus papéis que oscilam entre meros heróis românticos e personagens engajados. Angelina é puro sentimento em caras e bocas que, muitas vezes, são sutis, mas causam uma imensa mudança na tela. Clive carrega o cinismo e ironia britânicos, num personagem cheio de paixão pelo que faz, mas ao mesmo tempo endurecido justamente pelas tarefas que desempenha.

A primeira metade do filme reverte a fragilidade anunciada pelo título em português - em inglês, é Beyond Borders. A rica e aparentemente superficial Sarah, uma gata americana que migrou para a high society londrina através de um casamento de amor sincero, é tocada pela contundência do discurso de Nick Callaham, médico que literalmente luta contra as mazelas na Etiópia e faz um protesto invadindo um jantar beneficente. Daí, num arroubo heróico, ela resolve juntar umas 40.000 libras em suprimentos para levar ao campo de Callaham, no meio do deserto etíope cheio de esfomeados.

A virada é brusca, mas convence. Ela, comovida, começa a trabalhar no campo e aprende a se doar aos desesperados. Rola uma atração entre o casal, mas seu envolvimento com a causa é maior - ou seja, a tensão aparece, mas a importância de dar destaque a um problema mundial ganha visibilidade. Ponto positivo! Nesse espírito, são reveladas tramas políticas, estratégias de sobrevivência para o projeto humanitário, mostrando que mais do que coragem, empenho e jogo de cintura para ser voluntário, é preciso ser um verdadeiro guerrilheiro. A equipe de Callaham ganha ares heróicos.

De volta ao conforto da Europa, Sarah deixa o trabalho numa galeria de arte e vai trabalhar com uma organização da ONU. Mais uma vez, convincente: uma mulher que passou por uma reviravolta e foi fazer o que de fato estava a seu alcance. A amizade com a galera que luta no front humanitário continua e, favor de cá, favor de lá, ela acaba voltando a encontrar Nick no Camboja. Depois de momentos de tensão, violência, perdas materiais e humanas... O amor deles explode. E aí é que o caldo desanda.

Até então, o filme vinha fazendo uma interessante exposição da geografia da miséria no mundo, mostrando que a bagaceira rola tanto na aridez amarela do deserto africano, quanto na abundância verde e úmida de alguns cantos da Ásia - e depois, na brancura gelada do leste europeu. Tinha o excesso de heroismo da equipe humanitária - mas, convenhamos: se embrenhar numa parada dessas não é para qualquer um, principalmente se pararmos para pensar, um pouquinho só, na preguiça vaidosa da porção bem preparada da nossa juventude ocidental. Acontece que, quando a paixão entre os dois protagonistas vem à tona em beijos ardentes, cabelos penteados e cama simples, mas limpinha, os dois com cara de que acabaram de tomar banho no hotel, bem... Perde a graça, a sutileza, a força da narrativa que vem correndo ao mesmo tempo como mote e pano de fundo para a história de amor.

Daí pra frente, a transformada e corajosa Sarah passa a ser uma mulher meio desorientada pelo fogo da paixão (é um tanto ridículo mesmo). Ela larga de mão a coitada da razão e vai procurar saber onde foi que os rebeldes chechenos (ou foram os russos?) enfiaram o amor da vida dela. Abandona a família, o emprego, tudo. O equilíbrio vai para as cucuias e ela parte numa missão suicida. E quem perde é você, espectador, que se encontra numa finalização melodramática, aquela já anunciada no título piegas. Justiça seja feita, ele tentou avisar.

No final das contas, é isso que não entendo. Angelina Jolie é uma mulher bonita e talentosa, não sei porque se mete em tanto filme ruim. E Clive Owen, que parece mais centrado, também tem andado nessa corda bamba. Pelo menos os dois juntos promoveram uma das cenas de beijo mais eróticas que já vi. Ou então era o adiantado da hora...

3 Comments:

At 4:08 PM, Blogger Confissões de Adolescente said...

ola eu sou veronica e estou aqui para comentar um pouco sobre o filme amor sem fronteiras...
nas verdade e o seguinte, eu achei o filme ótimo, mostra plenamemte oque acontce na africa(etiopia) na camboja e na chechenia, e um filme que mostra a realidade da pobresa, da violencia, da miseria em massa, da falta de recursos, da falta de higiene, a seca as doencças, e a dor de perder um membro da família a todo instante, esse filme e para as pessoas que querem mesmo se emocionar, alem de mostrar muitas outras cenas entre nick e sarah..
mas de qualquer jeito vale a pena assistir, conta sobre guerra tambem, e so para matar a curiosidade de alguns.. infelizmente no final do filme a sarah interpretada por anelina jolie morre, para salvar seu grande amor, ela larga tudo, sua familia seu emprego seu marido, e outra coisa ela tem uma filhinha de nick, e ele vai a visitar no final do filme...
e entao e isso todos k gostam desse tipo de filme, nao percam, e otimo, nao tenho nenhuma critica a fazer, alem de que o filme tambem num e perfeito nao, mas e lindo e demais...

 
At 5:49 AM, Blogger Unknown said...

Olá gente bom dia...Gostaria se possivel alguem me relacionasse alguns dos elementos epidemiologicos apresentados no filme: Amor sem fronteiras. Não tive a oportunidade de assistir (tempo), mas é que tenho que fazer um trabalho da faculdade e precisava dessa informação.Se alguém souber por favor me passe. Meu e-mail:edviges.gaia@gmail.com

 
At 9:25 AM, Anonymous Anônimo said...

Perca um tempo vendo esse filme, Trabalho defacul com filme bom e prazeroso e vc ainda quer mastigado? Deixa de pregica...

 

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