quarta-feira, março 12, 2008

Burn this city

Aaaaaaaah! Nada como chegar ao trabalho de manhã e dar de cara com um carro de bombeiro na porta do prédio. Vermelho, imponente, quase surreal. O velho palácio sorri de janelas escancaradas.

Trabalhar numa repartição pública instalada num prédio secular tem dessas coisas. É bonito, é histórico, mas é decadente e ameaça a integridade física das pessoas. [DRAMA QUEEN MODE: ON]

Rolou um pequeno incêndio lá na fundação hoje pela manhã. Ontem tinha sido um curto que quase pipoca nossos computadores. Há umas duas semanas, as salas da comunicação amanheceram inundadas. Teto em cascata, computadores fazendo nado sincronizado, uma beleza.

E isso não atrapalha o andamento do trabalho? Muito. Se a gente fosse da velha escola do servidor público que coça e balança o saco, tudo bem. Só que a galera se ferra mesmo, porque todo mundo tem coisa com'a porra pra fazer e esses incidentes tiram o sossego de qualquer um. Isso para não mencionar que revelam a fragilidade da infra-estrutura em que estamos enfiados.

Gosto de trabalhar em cartões postais - não é raro subir ou descer o Elevador Lacerda como parte da minha rotina - mas os prédios precisam de reformas, adaptações e, acima de tudo, conservação. Isso me chateia bastante, dá a sensação de estar operando em estado de guerra. Você passa o dia todo fazendo uma ginástica da porra para resolver problemas simples e no final do expediente fica aquele fardo de cansaço, mas na prática, pouca coisa rendeu. A lista de tarefas permanece ali, gordinha e crescendo, como Joãozinho na gaiola da bruxa.

Hoje eu queria ser daquela banda de pagode (ou seria de forró?): Clone de Mim. Mas queria um clone profissional à altura, não um anão bizarro e malemolente. Por favor...